Foi uma estreia inglória. Na minha primeira participação no Ultra Trail da Serra da Freita sofri como nunca tinha sofrido em prova e depois de me arrastar durante largos quilómetros averbei o indesejado DNF. Durante os dias que antecederam a prova não me sentia com muita energia, mas atribuí sempre ao stress do trabalho e... Continue Reading →
Trans Peneda Gerês, a longa caminhada
100 milhas é uma distância mítica no mundo das provas de ultra endurance. A primeira grande barreira a vencer é chegar aos 3 dígitos, chegar ao venerável número 100, mas o nível seguinte é deixar de falar em quilómetros para ambicionar falar em milhas.Peneda-Gerês é o nome do nosso único Parque Nacional. Estende-se dos planaltos... Continue Reading →
As Voltas do Impossível
Quando há uns anos atrás, o mestre Moutinho me falou numa prova que estava a criar, com um conceito completamente diferente do habitual, pensei logo que era um desafio mesmo ao meu gosto… tinha apenas um senão: fazer 100km em 15h para mim seria impossível! Por coincidência, ou talvez não, quando a prova se tornou... Continue Reading →
Pedaladas Além Tejo
Quando a chuva começou a abrandar, seguimos, pois molhados já estávamos mesmo, e estas gotas mais finas, permitiam pedalar e ver o caminho. Continuámos sempre por estradão, subindo e descendo, ao longo das planícies montanhosas do Alentejo. Uma descida mais acentuada levou-nos às margens do rio Mira, numa zona em que este desenha os contornos de cada monte, fazendo lembrar os meandros do Zêzere em miniatura.
PD – Notas finais
Foram precisos cerca de 8 meses para irmos amadurecendo as memórias e dar-lhes o distanciamento suficiente para uma análise mais crua das coisas. Se poderíamos ter publicado diariamente os pontos altos e baixos de cada etapa? Podíamos, mas seria um relato toldado pelo imediatismo e pintado pelo impulso.
PD – Etapa 13
Missão cumprida! Tínhamos vindo do Minho ao Algarve! Apesar de todos os senãos cumprimos a agenda e o objetivo proposto. Faltava apenas encontrar o checkpoint “mais ao sul” para sermos oficialmente dividers.
PD – Etapa 12
Aproveitámos a paragem para almoçar, já que havia logo ali um restaurante. Após o petisco, continuámos até Santiago do Cacém. Chegados lá… um autêntico deserto. Estava calor e todos os bebedouros do jardim central estavam “secos que nem um carapau”. Restou-nos o único café aberto e a sua esplanada para beber algo fresco e seguirmos em busca do caminho. É incrível como a sinalização viária desaparece dentro das localidades. Onde fazia mais falta uma indicação clara do rumo a tomar, é onde menos placas existem. Tirando, claro, a omnipresente placa a indicar Lisboa…
PD – Etapa 11
O Cabo da Roca recebeu-nos com a sua habitual ventania que pouco efeito tem a afugentar os visitantes. Eles encolhem-se com o frio, mas não abalam sem a foto junto ao monumento que assinala o ponto mais ocidental da Europa. Devem ser das fotos menos fotogénicas, com as pessoas habitualmente a agarrar nos cabelos esvoaçantes, a prender chapéus com vontade própria ou a apertar os casacos para aquecer.
PD – Etapa 10
Só a vista permanece a mesma. O Castelo de Almourol, com a sua implantação única numa ilhota do Tejo só por si lhe dá uma aura especial, já para não falar das histórias que se vão criando acerca do seu passado associado à ordem do templo. Já se sabe que onde esses andam, o graal anda atrás e na mente dos seguidores não é precisa muita imaginação para acreditarem na sua passagem por aquele reduto. Lendas e folclore à parte, é sem dúvida um castelo bonito que dá brilho a quem passa de comboio na linha ao lado ou a quem desde o rio de caiaque.
PD – Etapa 9
Ainda o galo não tinha cantado e já o Hugo se levantava para observar o rio coberto por uma neblina espessa que o fazia parecer estar a fumegar. O ar fresco obrigava a usar o “penas”, mas sem vento, tudo fazia prever um dia de sol a fazer recordar vagamente os dias de agosto de antanho.